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Regando a Vida

Foto do escritor: Walter da MataWalter da Mata

Atualizado: 21 de nov. de 2024



“Todo ser humano, antes de morrer, deve plantar uma árvore, gerar um filho e escrever um livro”.


A sabedoria popular deixa o desafio a cada pessoa que pisa nesse planeta, mesmo que seu autor seja desconhecido. Cada pessoa a interpreta dentro de sua experiência, portanto, tornou-se imortal. A frase secular renasce a cada vez que alguém pensa em sua missão de vida: Para quê eu vim a este mundo?


Enquanto eu cuidava de algumas árvores que plantei há mais de dois anos, reflorestando um pedaço de cerrado com frutos nativos, o dito popular me veio ao coração. Plantar é mais fácil que cuidar, pois plantio foi de um dia, mas não deixá-las morrer tem sido o desafio a longo prazo, e mesmo com todo cuidado, tive uma perda de 20%; e cada morte representa frustração e a tristeza.


Lutar para vencer as pestes, a pobreza do solo, escassez de água, baixa umidade do ar e o sol escaldante, muitas vezes, é desanimador. Mas enquanto levo baldes com água, a visão de um pomar com frutos invade minha mente e volto a fazer a cansativa e rotineira, mas prazerosa tarefa de frutificar para as gerações futuras.


Cada um dos três aspectos da sabedoria popular está eivado de profundos desafios, mas aqui, vamos nos ater a missão de plantar uma árvore.


Plantar uma árvore.


Pode parecer simples, mas não é, pois vai além de cavar o solo e lançar a sementes; porém, para alguns, a missão se encerra nessa fase, com fotos e filmagem para as redes sociais, mas sabemos que não se trata do fim, pois essa é apenas a primeira e a mais simples das etapas.


Do plantio até a frutificação existe um cuidado diário, um olhar quase maternal de quem cuida, caso contrário, ela será como a planta que nasce sobre pedregais ou meio ao espinheiro e nunca dará fruto.




Em cada árvore há uma riqueza pela possibilidade de abençoar a pessoa que planta e também a outros que se aproximarem dela no futuro; como pela sua própria natureza, pois nenhuma árvore é igual a outra, mas todas contribuem para que respiremos melhor e cada uma com frutos específicos. Árvores existem com propósito.


Com as árvores podemos aprender sobre discipulado.


Não basta ao coração humano receber a semente da mensagem do Evangelho, ou dois corações apaixonados fazerem juras ao pé do altar, ou um impactante chamado ministerial; todos esses precisam receber cuidado para que haja enraizamento, crescimento e frutificação. Sem dúvida, uma das crises manifestas no meio cristão vem da falta de cuidado por meio de submeter-se a um discipulado contínuo, para que a fé seja crescente, os casamentos sejam alicerçados nos valores da Palavra de Deus e os ministérios sejam enraizados no caráter de Cristo.


O apóstolo Paulo deixa isso claro em sua primeira carta aos Coríntios: Tem que ter gente para plantar e gente para regar; quando isso é feito, o crescimento é garantido por Deus. Regar cada vida é o desafio do discipulado. A palavra vem da mesma raiz de “regaço”, o colo onde a criança é acolhida, cuidada e nutrida, para que se desenvolva, torne-se madura e aprenda a servir de regaço para outros infantes. Isto é, fazer discípulos que se tornem discipuladores.


Quando olhamos para uma árvore, sabemos que ela carrega as sementes das próximas gerações embutidas no interior de cada fruto, é isso que Gênesis – capítulo 1 um tem como refrão: “Cada uma reproduz segundo a sua espécie”.


A reprodução diz que a vida não termina na árvore que cada um plantar, pelo contrário, que a vida se multiplica em cada árvore plantada; da mesma forma, cada homem, cada mulher, cada casal e cada obreiro só poderá dizer que cumpriu seu propósito de vida quando transmitir vida para geração seguinte.


“Discipulado é vida na vida”

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